Gente de toda
Jerusalém e de toda Judeia
ia para os lugares desertos da Judeia, para ver e ouvir João; e quando confessavam seus pecados, ele os batizava no rio
Jordão. Mc 1.5
Deserto (Khóra) pode ser
traduzido por lugar inabitado. Não precisa necessariamente, neste caso, ser
um lugar árido, mas pode ser um lugar solitário, bem como ambiente com
condições inóspitas.
A pregação da Palavra estava no lugar
em que deveria estar, no deserto!
É para lá que as pessoas são conduzidas nas encruzilhadas da vida. É no deserto
que se
reúnem os desesperados, os frustrados, os tristes, os desempregados, os
separados, os abandonados, os doentes, os oprimidos. A vida tem conduzidos
muitas pessoas ao deserto, a este lugar solitário, poeirento, e cercado de
perigos por todos os lados. Neste lugar, uns não suportam e morrem, uma morte
que nem sempre é física, mas, na maioria das vezes é emocional. QUEM SABE VOCÊ ESTEJA NO DESERTO?
João Batista, aquele que foi
designado à preparar o caminho do Senhor, desenvolveu seu ministério no
deserto. Usava uma roupa estranha (pele
de camelo) e era adepto de uma gastronomia muito exótica (mel e gavanhotos),
não tinha como não reconhecer aquele homem, pois era uma figura diferente, que “causava”, e tinha uma missão extremamente difícil: pregar no deserto.
Batista, evidencia seu ofício, ou seja, ele batizava. O
milagre é que, mesmo no deserto, tinha gente pra João batizar. Sim, aqueles que
formavam as muitas diversas categorias de pessoas que, por motivo ou outro,
precisava ouvir e decidir por
caminhos diferentes àqueles que a vida lhes havia conduzido.
Não é fácil trazer pessoas para
ouvir uma pregação bíblica no deserto, mas não
é difícil falar ao coração daqueles que já se encontram no deserto da vida,
oprimidos pelas mazelas de sua triste sorte. Ali estava o servo de Deus
anunciando aquele que era maior que ele, com uma missão mais poderosa e difícil
que a dele, a qual iria mudar o mundo!
POR QUE AS PESSOAS SE BATIVAM? O
batismo para o judeu da época de João Batista tinha um propósito muito bem
definido, batizar-se era uma ação simbólica de uma atitude/decisão séria e
profunda que alguém estava tomando em relação a Deus.
Este conceito era proveniente dos
moradores de Qunrã. Um grupo
judeu que preferiu se ausentar para as regiões mais afastadas para se abster de
participar das disputas religiosas e políticas da sua época, vivendo sua fé e devoção, na expectativa
da chegada do Messias, o Enviado de
Deus, também chamado em grego de Cristo.
Então, quem ia para o deserto
sabia que iria encontrar João Batista e sabia sobre o que ele estaria pregando,
e é exatamente aquela mensagem anunciada por ele que as pessoas precisam ouvir,
pois era uma mensagem de esperança e transformação, mas também exortativa, como por exemplo aquela que
foi registra pelo evangelista Mateus (3.7-10):
7 Vendo ele, porém, que muitos
fariseus e saduceus vinham ao batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem
vos induziu a fugir da ira vindoura?
8 Produzi, pois, frutos dignos de
arrependimento;
9 e não comeceis a dizer entre vós mesmos:
Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode
suscitar filhos a Abraão.
10 Já está posto o machado à raiz das árvores;
toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo.
Quem ouvia
a mensagem iria tomar uma decisão, e só poderia seguir um caminho, à saber:
1. Confessaria
seus pecados afim de mudar de vida seguindo o caminho da santidade e do
compromisso, e é por isso que as pessoas se batizavam, por a partir daquele dia
nunca mais iria regressar a velha estrada;
2. Ou,
permaneceriam frias e inertes a pregação
da mudança, da novidade de vida, se entregando aos males que lhes afligiam a
alma, e continuarem no caminho do
pecado e da condenação.
Talvez, hoje,
consigamos entender os motivos que levaram Jesus
a se batizar também, não porque tinha pecados a confessar, mas estava deixando
claro ao mundo, por meio daquela simbologia, que estava se colocando a disposição do Pai em santidade e consagração
(Mc 1.9-10).
É interessante notar
que no deserto de João, havia água, o Rio Jordão, mas a sede das pessoas não
era de água. A sede daqueles que iam até aquele lugar era a secura da alma, e à
estes sedentos somente a água do Espírito Santo aspergida pela pregação da Palavra
poderia surtir-lhes efeito.
Portanto, fica
para nós a oportunidade de refletirmos sobre a vida. A vida que temos e como
queremos que seja a partir daqui. Quem
sabe estamos vivendo num profundo deserto na alma, sendo obrigados a
conviver com pensamento e lembranças que ferem o coração constantemente, ou com
situações das mais
diversas, seja na área financeira, familiar, com a doença, ou qualquer
outra tristeza, como a do afastamento do Senhor, da Sua palavra, da comunhão
com o Espírito Santo.
Deus sabe o que
estamos passando, o que nos faz sofrer! Continuar no deserto não é uma opção,
a única opção real e a decisão de nos lançarmos em
consagração a Deus para viver e experimentarmos a cada dia da sua
vontade, que é boa perfeita e agradável.
Se você já
passou pelo batismo do arrependimento, volte-se para o batismo da
consagração... se ainda não passou pelo batismo das águas, tome esta decisão
hoje. ESTA É SUA ÚNICA REAL
POSSIBILIDADE!
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