domingo, 27 de março de 2016

ELIMAS O “MÁGICO” (Atos 13.4-13)



O termo mágico está ligado a várias interpretações. No contexto bíblico pode designar àqueles que interpretam sonhos, são capazes de conhecer astronomia, mas também podem ser grandes ilusionistas, capazes de enganar as pessoas com seus truques.
Elimas é um desses mágicos que enganam as pessoas, um falso profeta. O que mais chama atenção é seu pseudônimo, Barjesus, o que significa, filho de Jesus. E este filho de Jesus usava de sua magia para enganar o procônsul (governador designado pelo Império Romano para gestar pequenas províncias do império) Sérgio Paulo, que, mesmo sendo homem inteligente não conseguiu sair do emaranhado de mentiras do mágico.
Barnabé e Saulo (que será chamado de apóstolo Paulo), sai em missão com o objetivo de proclamar o Evangelho, passam a visitar as sinagogas judaicas num lugar chamado Salamina, na região de Chipre, mas é em Pafos que eles têm o encontro com o falso profeta Elimas.
O mágico, que era uma espécie de guia espiritual de Sérgio Paulo, tenta impedir que este vá ao encontro dos missionários, Barnabé e Saulo, porém não consegue. O procônsul ao encontrar os homens de Deus e ouvir o verdadeiro Evangelho é tocado e cheio de fé, se maravilha com os ensinamentos dos homens de Deus, mas Elimas tenta de todas as formas afasta-lo da fé. Neste momento Saulo revela quem realmente é este tal Barjesus, ou seja, ele não é filho de Jesus, mas filho do diabo, daquele que é pai da mentira, que engana e busca desviar do caminho do Senhor aqueles que são chamados por Deus à salvação.
Como sinal do juízo de Deus, recaiu-lhe uma cegueira e ele passou a viver na escuridão, escuridão essa que por ele era manifestada quando roubava a capacidade das pessoas de se encontrarem com a verdade de Deus por causa de suas mentiras e enganos. Elimas, se dizia filho de Jesus mas era filho do Diabo, porque não ensinava a verdade que conduz as pessoas ao Senhor, sua vida não revelava a verdade, somente mentiras, a começar por seu pseudônimo, bem como o propósito intrínseco em suas ações, ou seja, enganava para manter seus seguidores ligados a ele, e, assim os mantinham presos na escuridão da ignorância e entorpecidos por suas artimanhas. Elimas dominava Sérgio Paulo com suas mágicas e o mantinha dominado e dependente dele, de sua suposta espiritualidade.
O procônsul foi libertado pela mensagem e manifestação do poder de Deus através da vida de homens cheios do Espírito Santo. Ele creu, maravilhado com a doutrina do Senhor (Atos 13.12).
A partir desta passagem bíblica encontramos um bom paralelo para entendermos um pouco melhor o que está acontecendo, em certo sentido, hoje, por causa dos muitos desvios religiosos e falta de entendimento bíblico-teológico do Evangelho.
O universo evangélico tem se preocupado com o entretenimento. Muitas igrejas contam líderes carismáticos, boa música, grupos artísticos, atividades diversificadas, para manterem seus membros envolvidos em muitas atividades. Isso é ruim? Em parte sim, porque passamos a oferecer as pessoas um pouco mais da insanidade do mundo em que elas vivem, ou seja, muita atividade e um coração vazio; tentativas frustradas para preencher lacunas da alma; ativismo que cansa e entristece, e com o passar do tempo, estes irmãos queridos vão precisar de algo diferente, e pode de ser que, não encontrará nesta igreja local, então, irá iniciar sua procissão em busca de uma nova igreja que lhes deem uma nova experiência religiosa.
Outra característica que encontramos no evangelicalismo atual se revela pelos super-espirituais, homens e mulheres que atraem muitas pessoas para si mesmas por causa de seus dons sobrenaturais. Isso é ruim? Em certa medida, pois os dons são do Espírito Santo, concedidos aos cristãos para servirem a Igreja, Corpo de Cristo, e glorificar o nome de Deus. Os dons não são propriedade nossa, sei que é difícil aceitar isso, mas é a verdade. Nossos dons tem como finalidade conduzir os incrédulos a fé por meio da manifestação sobrenatural do Espírito Santo por meio da Igreja. Quando as pessoas são curadas, libertas, consoladas, supridas, ou qualquer outra experiência espiritual que ela tenha, a glória continua sendo de Deus e é para Ele que estas pessoas precisam ser conduzidas, e é para glória Dele que estas pessoas irão viver e agradecer. Por isso não podemos nos entorpecer com o egocentrismo, achando que nós somos a respostas às pessoas, afinal, o vaso é de barro o verdadeiro tesouro está dentro do vaso (2Co 4.7), portanto, a reposta transformadora que precisa ser expressa ao mundo é: Jesus Cristo em vós, a esperança da Glória! (Col 1.27).
O sofrimento humano sempre será um mistério, sempre estará presente, e sempre será um desafio para Igreja. No entanto a igreja que faz a opção por seguir o caminho do entretenimento não será capaz de entender, aceitar e ajudar pessoas em sofrimento. O show da fé fala de respostas rápidas, quase mágicas, é só dizer algumas palavras e pronto; está tudo resolvido. Não podemos aceitar que seja assim, a dor do luto não se resolve com palavras, mas com companheirismo e isso leva tempo. Assim como a enfermidade, a doença e ferida que demoram pra sarar, assim é o processo da dor, demora pra curar, demora pra ir embora. Não podemos acreditar em respostas prontas para sofrimento, apesar dos mágicos evangélicos, quererem resolver isso com um copo d´agua, com gotas de óleo, ou com fórmulas esdruxulas e venda de patuás gospel. Só conhece o sofrimento quem já o vivenciou, e sua realidade destroça a superficialidade da fé, pois, ou te levará para um relacionamento profundo e transformador com Deus ou não existirá mais nada à se apegar.
O líder carismático, super-espiritual, muitas vezes é surpreendido pelo câncer, pela morte de um familiar, e é nesta hora, quando é preciso se deparar com a dor e problema pessoal, é que descobrimos que não somos tão bons e poderosos assim. Temos na história evangélica mundial o registro de grandes homens de Deus, os quais realizaram coisas inacreditáveis aos olhos humanos, e que por sua vaidade tropeçaram e caíram levando em sua derrocada milhares de pessoas consigo.
Temos que aceitar que as respostas não estão em nós. Vivemos num mundo cheio de pessoas carentes, sofridas e sofrendo de incontáveis males, os quais alguns são conhecidos e outros, talvez, nunca conheceremos. A Igreja não é a resposta, mas tem a respostas. Jesus é o mesmo ontem e hoje, e o será para sempre (Hb 13.8), Ele é a resposta! Jesus é a solução.

sábado, 26 de março de 2016

ELE NÃO ESTÁ AQUI!



Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia.”
Mateus 28.6

A PÁSCOA é, literalmente, passagem. Tanto no AT quanto no NT vemos esta evidência, ou seja, Moisés celebrou a páscoa e a institui para lembrar a maneira poderosa que o Senhor operou a libertação do seu povo sofredor cativo no Egito, levando os escravos hebreus para terra da libertação, chamada Canaã. Deus ouviu o clamor do seu povo e foi-lhe ao encontro.
No Novo Testamento, Jesus, por meio do milagre da encarnação, o Emanuel esteve junto aos seus e junto a todos os que clamavam por salvação para conduzi-los a um novo caminho de paz e de graça. Jesus disse: Vinde à mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados... (Mt 11.28), e por estes e por todos nós Ele foi até o fim.
O Senhor viveu, sofreu e morreu por todos nós, e quando o mundo pensou que já havia chegado ao fim, o milagre da ressurreição acontece, e a nova páscoa é celebrada! Não mais a páscoa da lembrança, da história, mas a páscoa da nova vida em Cristo, a páscoa da vida eterna!
Portanto, o advento PÁSCOA é a celebração da nova vida, das possibilidades de Deus em meio as impossibilidades do mundo; é a chamada de Deus para todos os que desejam uma nova chance. Pensando nisso queremos propor uma reflexão sobre este versículo bíblico: “Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia.” (Mt 28.6).
A ideia que propomos para nossa reflexão é: Onde temos procurado por Jesus? As mulheres que saíram ao seu encontro não puderam acha-lo porque o procuraram onde Ele não mais se encontrava. O túmulo serviu apenas para encerrar uma importante etapa no ministério do Salvador do mundo, ali foi o lugar e é até hoje apenas a referência para todos, afim de mostrar que o preço foi pago, onde, um morreu pelo pecado de todos, onde o santo se entregou para salvar os pecadores. No entanto, Jesus não permaneceu naquela catacumba, Ele ressuscitou!
Nos dias que vivemos, onde tem se falado de Jesus em tantos lugares e por meio de tantos veículos de comunicação, entendemos que seja essencial fazermos este questionamento: onde temos procurado por Jesus? Será que é possível encontra-lo em todos os lugares onde seu nome tem sido falado? A resposta mais acertada, talvez seja, nem todos os lugares onde se fala o nome de Jesus significa, necessariamente, que ali ele esteja.
Há muitos lugares onde as pessoas tem buscado encontrar Jesus, lugares estes, que se assemelham a um túmulo. Em que sentido? Lugares frios e sem vida, onde se cultiva uma religiosidade cheia de ritos mortos que não são capazes de gerar fé nem vida, somente uma constante repetição de algo que nunca leva a lugar algum.
Por outro lado, há espaços onde vemos beleza, riqueza, e podemos sentir o aroma agradável das flores, mas ao entrarmos descobrimos, que em seu interior, continua cheirando mal, pois é lugar de “gente morta”, e onde tem gente morta não cheira bem. Você pode estar se perguntando: o que será que isso quer dizer? Para respondemos e esclarecermos esta questão, lembramos a passagem do Evangelho de Mateus, 7.22-23:
22 Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres?
 23 Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade.

Há muitos milagres sendo anunciados, muitos contos maravilhosos acontecendo, mas não servem aos olhos do Senhor porque não o são para glorifica-lo, tão somente servem para usa-lo, em benefício próprio, para se promoverem (tanto indivíduos, quanto instituição). Esse tipo de feito, não tem efeito aos olhos do Senhor ressurreto. É fácil encontrar boa música, apresentações e palestras muito interessantes, mas, onde há pessoas cheias de si mesmas, não há espaço para o Cristo de Deus.
Há muitas pessoas procurando Jesus em muitos lugares, mas não tem encontrado porque estão procurando em lugar errado. O Cristo ressurreto continua com aqueles que o buscam com sinceridade de coração, com o contrito e abatido de alma, com aqueles que querem viver, não um esquema de discipulado, mas o discipulado que segue o Senhor e o encontra em sua Palavra. Veja o que Mateus registra, 24.23-24:
23 Então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acrediteis;
 24 porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos.

Outra questão que propomos é: Jesus é aquele que só pode ser encontrado nas alturas. No livro de Atos dos Apóstolos lemos logo no início, que o Senhor foi assunto aos céus, e que aqueles que o observavam não mais puderam vê-lo porque ele foi encoberto pelas nuvens, e foi para junto do Pai.
Em Efésio diz:

...ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no vindouro. 1.20-21

Por isso, diz: Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens. 4.8
Jesus é aquele que está nas alturas. Quando ressuscitou foi-lhe restituído o lugar de honra junto ao Pai; Jesus está a destra do Pai onde intercede por nós e se põe acima de tudo e de todos! Ele foi para junto do Pai para nos preparar lugar e voltar para nos levar para junto dele e lá permanecermos para todo sempre. Ele nos deixou seu Santo Espírito, o Consolador, para nos fazer a fé queimar no coração e nos conduzir até aquele dia em que nos encontraremos nas nuvens.
O versículo 6 do texto lido inicialmente termina falando do túmulo vazio, ao convidar as mulheres para verem que o “túmulo onde ele jazia”, também somos convidados para, como homens e mulheres de fé, a lembrar que ele não mais está preso pelas correntes da morte, mas vive e continua presente em nossa vida para continuarmos nossa caminhada até o dia final.
Paulo, ao escrever aos Coríntios diz: “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens.” (1Co 15.19) Jesus quer ser encontrado, e o convite está lançado: “E eis que Jesus veio ao encontro delas (das mulheres) e disse: Salve! E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés e o adoraram. Então, Jesus lhes disse: Não temais! Ide avisar a meus irmãos que se dirijam à Galiléia e lá me verão.” Mt 28.9-10

A mensagem do Cristo ressurreto continua a ecoar pelos séculos dos séculos, sendo esta, a mesma que ele falou às mulheres que foram ao sepulcro vazio: não temais, ide avisar meus irmãos e que estes estejam na Galiléia. O que isto quer dizer? Primeiro, não temam porque o nosso Senhor vive e viverá para todo sempre; segundo, que os que o encontram também se comprometam em avisar aqueles que ainda o procuram sem encontrar; terceiro, o lugar para nos encontrarmos com o Senhor é a “Galiléia”, ou seja, o lugar onde estão os pobres e necessitados, os cegos, os abatidos de alma, os doentes que não tem médico, resumindo, nos encontraremos com o Senhor quando colocarmos a mão no arada, e sem olhar para traz, seguirmos em direção ao autor e consumador da nossa fé!
A mensagem da Páscoa fala do túmulo vazio, assim como nos fala de desafios. Os que creem e recebem o Cristo ressuscitado, também devem ser arautos a proclamar a mensagem de salvação ao mundo, para que todos possam encontrar em Jesus a resposta para seus dilemas.
O túmulo está vazio, mas nossos corações devem estar cheios de fé, esperança e amor.
FELIZ PÁSCOA!!!

quarta-feira, 23 de março de 2016

A PÁSCOA NA VIDA ESCOLAR



A vida escolar é interessante.

A gente vem um ano todo, faz trabalho, aprende, esquece, faz amizade, briga, faz prova e os meses vão passando... tem feriado recesso, férias, e chega o dia tão esperado: o final do ano.

Quando chega o fim do ano, então acontece um divisor de águas, onde uns alcançam a aprovação, outros ficam pra recuperação, e outros... reprovarão. E cada um dos alunos estará em um grupo desses.

Essa ideia da aprovação ou reprovação tem muito a ver com a páscoa, já que, se significa passagem. Passagem da morte para vida, passagem do pecado para santidade, passagem da tristeza para alegria.

No Antigo Testamento a páscoa foi libertação[1],  um povo passou da escravidão do Egito para a [2] terra das bênçãos de Deus chamada Canaã. No Novo Testamentondea páscoa tem a ver com a ressurreição de Jesus. O Deus que se fez homem, morreu pelos pecadores, e, ressuscitou homem Deus para vida eterna para conduzir pessoas de fé a morada eterna com o Pai.
o

A mensagem que a páscoa pode trazer a nós é:
1.      Deus nos dá oportunidade de uma vida transformada;
2.      Deus nos convida a olhar para além do que temos vivido;
3.      Deus nos uma chance pra recomeçar.

Portanto, refletir sobre a páscoa é pensar sobre possibilidades, mudanças e renovação. O chocolate é doce, é bom, é saboroso... mas, páscoa não é e não será simplesmente o derivado do cacau, e sim, a vida nova em Cristo, nosso Salvador! E mais doce que o chocolate será as bênçãos de Deus sobre a vida daqueles que o amam. FELIZ PÁSCOA!


[1] Êxodo 12.11; 21;27/;35.2
[2] João 21.14

terça-feira, 22 de março de 2016

Preciosa é aos olhos do SENHOR a morte dos seus santos.



Preciosa é aos olhos do SENHOR a morte dos seus santos.
(Salmo 116.15)

A palavra “preciosa” sempre está relacionada as coisas que gostamos e valorizamos muito. Neste caso ouvir Deus nos falando que a morte dos seus santos é preciosa para Ele pode causar surpresa para uns e alegria para outros. Quando causa surpresa, pode ser pelo fato de que a morte ainda seja algo “à ser” resolvido, pois na verdade a ela, a morte, deve ser entendida como parte da vida e não o fim dela.

Agora, pensemos em quão preciosa é a morte dos santos do Senhor. A morte de um santo homem, uma santa mulher de Deus, é preciosa porque aqueles que honraram o Senhor durante longos anos de uma vida inteira, honrará ao seu Senhor até no dia da sua morte, pelo legado que deixou, por aquilo que sua vida expressou e pelo significado de sua existência. Assim foi com os heróis da fé, e assim é com aqueles que vivem pela fé, se comprometendo com o Senhor totalmente!

Essa palavra nos faz pensar em como queremos ser lembrados quando não mais estivermos aqui, bem como, para onde iremos depois daqui. Diante disto pensemos nas seguintes questões:

1.      Você tem certeza que irá passar sua eternidade com o Senhor?[1]
2.      Sua vida reflete as marcas de um verdadeiro discípulo de Jesus?[2]
3.      Qual será o legado que você deixará para os seus, em termos de vida cristã, quando não estiver mais aqui?[3]
4.      Que você está preparando para da dar continuidades no ministério que o Senhor colocou em suas mãos (ex.: Paulo preparou Timóteo; Elias capacitou Eliseu; Jesus preparou doze)?[4]



[1] Romanos 8.14; João 1.11-12;
[2] Gálatas 5.22-23; 2.19-20;
[3] 2Timóteo 4.6-7
[4] 2Timóteo 2.2