SÉRIE: SERMÃO CAIPIRA - I

"Hoje vivo num asilo e só um filho vem me ver..."

Querido leitor, primeiro quero chamar sua atenção para produção dessa música, com nova roupagem e a voz do Serjão, ficou chique demais... mas, deixando os devaneios de lado, vamos direto ao ponto. Estamos vivendo um momento de crise no relação pais e filhos!

Olhamos para os problemas sociais hoje e vemos sempre um jovem ou um adolescente envolvido... nossa! que coisa terrível... no entanto os filhos tendem a refletir as crises que a família brasileira está vivendo, suas dificuldades financeiras, problemas emocionais, e uma série de outros tantos que nem dá pra enumerar. Mas, quero aproveitar a letra e a produção perfeita dessa música para falar de um assunto esquecido por nossa sociedade: HONRA.

A Bíblica, sendo a Palavra de Deus, nos instrui sobre "honra" vinculando este termo à família, dizendo aos filhos, honrem seu pai e sua mãe para que lhe prolongue a vida sobre a terra, isso é um princípio de vida, uma orientação de sucesso que deveria ser guardado à partir dos pais e dos pais dos pais e deixado como legado à todas as gerações. Os filhos, na maioria, não se preocupa com o nome que herdaram, porque também muitos deles nem sabem que são seus progenitores, ou porque trazem péssimas lembranças... como pai me sinto envergonhado e fico me perguntando: que tipo de filho vou dar a minha pátria amada, Brasil?

Volta a letra desta música, vejo um pai pagando o preço de gerar homens de caráter, filhos honestos, trabalhadores preparados para vida... o pai fez o seu papel, e o que os seis filhos fazem com ele ao deixarem esquecido num asilo é desonra, mas, para um pai tão empenhado em formar bons filhos, certamente, haveria um filho ao menos com sobriedade e amor suficientes para resgatá-lo de uma tão triste sorte... e você pai, mãe? quem o resgatará de uma velhice solitária, triste e cheia de enfermidades? Pense nisso: seu futuro começa hoje... e sua velhice será o fruto das sementes que estás plantando agora...

Pr. Alex
Jataizinho - PR

FILHO ADOTIVO (letra da música)

Com sacrifício
Eu criei meus sete filhos
Do meu sangue eram seis
E um peguei com quase um mês
Fui viajante
Fui roceiro, fui andante
E prá alimentar meus filhos
Não comi prá mais de vez...

Sete crianças
Sete bocas inocentes
Muito pobres, mas contentes
Não deixei nada faltar
Foram crescendo
Foi ficando mais difícil
Trabalhei de sol a sol
Mas eles tinham que estudar...

Meu sofrimento
Ah! meu Deus, valeu a pena
Quantas lágrimas chorei
Mas tudo foi com muito amor
Sete diplomas
Sendo seis muito importantes
Que as custas de uma enxada
Conseguiram ser doutor...

Hoje estou velho
Meus cabelos branqueados
O meu corpo está surrado
Minhas mãos nem mexem mais
Uso bengala
Sei que dou muito trabalho
Sei que às vezes atrapalho
Meus filhos até demais...

Passou o tempo
E eu fiquei muito doente
Hoje vivo num asilo
E só um filho vem me ver
Esse meu filho
Coitadinho, muito honesto
Vive apenas do trabalho
Que arranjou para viver...

Mas Deus é grande
Vai ouvir as minhas preces
Esse meu filho querido
Vai vencer, eu sei que vai
Faz muito tempo
Que não vejo os outros filhos
Sei que eles estão bem
Não precisam mais do pai...

Um belo dia
Me sentindo abandonado
Ouvi uma voz bem do meu lado
Pai eu vim prá te buscar
Arrume as malas
Vem comigo pois venci
Comprei casa e tenho esposa
E o seu neto vai chegar...

De alegria eu chorei
E olhei pr'o céu
Obrigado meu Senhor
A recompensa já chegou
Meu Deus proteja
Os meus seis filhos queridos
Mas foi meu filho adotivo
Que a este velho amparou...